Heróis do Ipiranga vão à luta! Sábado, domingo e feriado

Heróis do Ipiranga vão à luta! Sábado, domingo e feriado

Huberdã subia esbaforido a Maurício de Castilho neste domingo (23) com destino ao Museu do Ipiranga.

É assim todos os dias, até às oito horas da noite, quando o Parque da Independência, que abriga o museu, fecha.
“Esse é o milhão de verdade”, sorri, apontando a réplica do fruto em tamanho fantasia que balança por onde ele vai, atraindo os olhares famintos não só de fome.

Huberdã mora no Jardim Grimaldi, na zona leste de SP, e pilota o carrinho do milho-verde que pertence à dona Neide pagando diária.
São dois panelões de alumínio muito bem limpos e reluzentes sobre duas bocas de fogão, o botijão de gás incorporado ao ventre do veículo.
“Só ligo a segunda boca quando tem muito movimento”, explica.

A primeira já foi acesa, e na primeira panela já se formam bolinhas de calor e logo mais vai estar pronta para cozinhar o milho que a gente vai morder com sofreguidão e alegria.
Faz sol, calor, tem tudo para ser um dia de grandes vendas para o Huberdã.

O show do milhão vai começar.Assim como o Huberdã, aqui em Heliópolis ninguém para de trabalhar. Sábado, domingo, feriado… que nada!

Rogério, Francisca e Seu Ademar vão à luta!

Rogério é pernambucano e vende chapéus na feira-lvre de domingo na avenida Almirante Delamare, que atravessa a comunidade.Tem chapéu de couro do rei do baião Luiz Gonzaga, tem de vaqueiro do cantor Soró Silva e até o modelo usado pelo sertanejo Gusttavo Lima.

Ele está em São Paulo desde 2003 e, apesar das vendas um pouco fracas, não desiste: “Tá meio lento, mas tá indo”.  Já Francisca Alexandre Rodrigues é uma das moradoras mais antigas do Heliópolis, vivendo ali há 40 anos. Ela trabalha vendendo cortinas na mesma feira do Rogério, mostrando que a persistência e a dedicação são fundamentais para se manter no mercado.

Seu Ademar, conterrâneo de Rogério, é outro exemplo de força de vontade. Ele ainda não conseguiu se aposentar e, para ganhar a vida, recupera portas que encontra no lixo, em caçamba, e as restaura para depois vendê-las por cerca de R$ 250.

Para isso, ele aproveita o espaço de um prédio que seria utilizado para armazenar o lixo do condomínio, convertendo-o em sua oficina. “Tô beliscando por aí, cabra já ‘veio’, tenho que me virar”.

 

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